A crise sanitária está longe do seu fim e por aqui ainda há dúvidas, se será ou não obrigatória a vacina, abertura ou fechamento dos comércios e sarcasmo de políticos: “É apenas uma gripezinha, “estamos no final da pandemia”. Mas, um tema pouco comentado é: como responderemos e as ações que serão tomadas para renovar a produtividade? Problema grave do país que há 30 anos, políticos populistas vêm ignorando. De 1981 a 2018, a produtividade cresceu apenas 0,4%. Se é que pode se chamar de crescimento.
Por aqui é mais caro produzir e, além disso, se leva mais tempo. Levamos em média 1 hora para produzir aquilo que o cidadão americano produz em 15 minutos e um alemão ou coreano em 20. Colocando em números, o brasileiro em uma hora produz US$16,75, 25% da produção dos americanos, que produzem UR$67.
Estudos já comprovaram que as pandemias complicaram os níveis de produtividade dos países. Através dessa base, podemos dizer que a covid-19 complicará ainda mais esse fator. O Banco Mundial afirmou que economias que já passaram por pandemias tiveram regressão de 9% de sua produtividade num período de três anos.
Não da pra botar a culpa só na pandemia, o Brasil, vem sucateando o empreendedorismo a tempos. De 2018, pra cá perdemos cerca de 1 multinacional a cada, 3 meses, já são 15 multinacionais em dois anos. A fuga de investimento estrangeiro nunca foi tão gritante como nos dias atuais. Encolhemos ,3%, a participação da indústria no país, é o pior resultado em 75 anos.
Por aqui já fecharam, FORD, NIKON, SONY, MERCEDES-BENS, ROCHE, WALMART, entre outros. O custo tributário é horrível, um dos piores na média global, uma burocracia burra, corrupta e desleal. Altas reservas de mercado, que só acarretam em, desemprego e ineficiência. Lembrando a máxima de Adam Smith “A falta de produtividade ou competividade num país, é uma das causas de miséria e pobreza”. E em um mundo globalizado com tecnologias 4.0, falta de produtividade e competividade gera desemprego. Ainda somos primatas na indústria, uma carga tributária mal distribuída e administrada. Essas burocracias cartoriais que o governo se diz protecionista, só servem para aumentar o custo e deixar mais lento o transmite do mercado.
O país trata o empresário como bandido e ter um emprego CLT é praticamente luxo, com excessos burocráticos, altos processos trabalhistas, fora as cobranças que são impostas pelo Estado. Ter um funcionário aqui pode custar até 100% acima do valor do salário. A indústria de ações trabalhistas por aqui, segue firme e rigorosa. Todos querem direitos e por outro lado o país sofre com menos competividade de empregos
A produtividade é o único caminho para o crescimento de uma economia. Aumentar a força de trabalho e volume do estoque aumenta a quantidade de produção de um país. Mais, afinal o que fazer para melhorar a produtividade? Nada mais e nada menos é do que encontrar os melhores recursos e formas de realizar esse trabalho (mais produção por trabalhador por hora). Aconteceria melhorando os níveis de educação das empresas (técnicos e intelectuais) e maior investimento em tecnologia. Mas pra isso acontecer é necessário ter profissionais aptos e capacitados, a tal da mão-de-obra qualificada. Outro problema encontrado pelas empresas ao contratar no Brasil.
Uma desaceleração do crescimento das empresas e menos oportunidades para adotar e adaptar as tecnologias são fatores que diminuem a produtividade. Um problema que do Brasil desde a sua recessão, temos problema com envelhecimento da população e redução da força de trabalho. O fácil acesso a tecnologia é um dos fatores primordiais para esse pilar e novamente, outra dificuldade do brasileiro em enfrentar esse fator. Na pandemia, somos o 5º país com mais dificuldade em trabalhar com home office. A educação no período atual tem sido um fiasco para os níveis mais pobres, 59%, dos estudantes não tem recursos disponíveis para acessar a plataforma EAD. Isso sem contar o nível de amadurecimento de um aluno de ensino médio que nunca ousou estudar online sem a presença de um professor. Os professores não conseguem contatar os pais destes alunos e não foram preparados para ministrar aulas online.
O cenário atual não se pode chamar de “educação à distância” – é uma reação radical de ensino remoto.
Infraestrutura interfere nesses indicadores e, por aqui, O Governo Federal tem muito trabalho a fazer e precisa agir de maneira urgente. É um absurdo o país pagar R$ 21,5bi para manter empresas improdutivas. Por aqui se gasta mais dinheiro com funcionários improdutivos do que em obras de infraestrutura. Investimento privado fraco e o crescimento tímido do salário mínimo indicam o quanto erramos ao longo desses anos.
Nos Estados Unidos antes da pandemia, à medida que o desemprego caia e os salários aumentavam, alavancava a produtividade do trabalho americano, de 0,3% a.a. em 2016 passou a ser 1,7% em 2019.
O que nos torna abaixo dos outros países?
• Baixa qualificação e capital humano;
• Tecnologias arcaicas e mal geridas pelas organizações;
• Burocracia;
• Ambiente de negócios e cenário político desfavorável;
• Infraestrutura (rodovias, ferrovias, hidrovias, portos sucateados).
O transporte ferroviário, por exemplo, em grande quantidade pode ser um transporte barato e que carrega grandes quantias de mercadorias. E no Brasil utiliza apenas 15% desse transporte enquanto países como Rússia (81%), Canadá (46%) e EUA (43%) fazem um uso muito maior, utilizamos em maior quantidade o transporte das rodovias pela dificuldade de acesso a essas áreas e o pior de tudo não apresentamos resposta para esse gargalo.
Críticos progressistas afirmam que nos últimos 25 anos aumentaram a qualidade de vida e a escolaridade do cidadão brasileiro. Mas, se analisar emergentes como o nosso, estes países tiveram evoluções bem mais expressivas que o nosso. Além disso, o nosso progresso não foi o suficiente para aumentar a qualidade do capital humano e atender a necessidade dessas empresas.
DECRETO N 10.531, DE 26 DE OUTUBRO DE 2020
Uma notícia otimista para o ano de 2020, uma Estratégia Federal de Desenvolvimento para o Brasil no período de 2020 a 2031 – EFD. É um planejamento do governo com projetos e metas à longo prazo no cenário macroeconômico. Proposta implementada de Paulo Uebel – Secretário Especial de Desburocratização do Ministério da economia.
Um projeto focado em três cenários para evolução da economia: Referência, Transformador e Contrafactual. Resposta para o equilíbrio fiscal, retomada do crescimento, taxa de investimento, produtividade, infraestrutura, reformas fiscais, capital humano, entre outros.
Basicamente traçaram um plano de estratégia com definições de metas em relação ao PIB, PIB PER CAPITA, EDUCAÇÃO e delimitaram que as autarquias e as instituições governamentais em geral devem analisar todos os dados macroeconômicos antes de planejar suas atuações.
Uma resposta excelente para o pós-pandemia, finalmente. Um projeto responsável com foco no longo prazo. Reformas desse modo que fizeram do Chile a grande economia que é nos dias atuais. E quem em um futuro breve, em algumas décadas podemos ter um ambiente de negócio propicio e estável como o Chile.
Em uma corrida onde todas as economias entram em recesso, o país que tiver o ambiente de negócio mais favorável irá potencializar seu crescimento de forma espetacular. Mudanças estruturais e radicais como essas só aconteceram com governos transparentes e não populistas. Já sofremos e aprendemos o suficiente que essas medidas de “almoço grátis” não funcionam e no final o indivíduo é quem paga a conta.
O brasileiro precisa entender que essa ideologia de crescer a trancos e barrancos é muito equivocada. A forma correta é crescer de forma saudável, corrigindo os problemas governamentais e a população evoluindo intelectualmente aumentando sua produtividade. E em futuros não tão distantes temos um país estável afinal, há 25 anos de nascido escuto que o Brasil será a bola da vez. E tenho a total certeza que meus antepassados diziam a mesma coisa.
“Parece-me bem claro que o Brasil não teve ainda um bom governo, capaz de atuar com base em princípios, na defesa da liberdade, sob o império da lei e com uma administração profissional.” – Margaret Thatcher.
Fontes:
The Economist – Sputnik Brasil – G1/Economia
#wadathanfelipe