A “exploração da classe trabalhadora” não existe

Marx, criador da teoria marxista, foi quem descreveu, pela primeira vez, como o proletariado é supostamente explorado pelo patrão, além de ser o “economista” com mais popularidade e influência na esquerda atual. Felizmente, é o mais inepto entre eles. Na verdade, o mesmo quase nunca debateu com economistas liberais, apenas com outros filósofos socialistas, como Proudhon.

O argumento que, supostamente, prova a exploração do proletário pelo patrão opressor, a “mais-valia”, é simples. Resumidamente, é a diferença entre o “valor” produzido pelo trabalhador e o salário. Digamos que um trabalhador produz mercadorias que são vendidas por R$1.500 e o capitalista o remunera com R$1.000. Na teoria marxista, esses R$500 que restaram de lucro para o capitalista são frutos da exploração do proletariado e, por isso, todos os capitalistas devem ser fuzilados.

É importante notar que na teoria marxista o capitalista é apenas um parasita, pois não efetua trabalho físico, tudo que faz é explorar o proletariado que deve se sujeitar às demandas de seu patrão, pois, de outro modo, morrerá de fome.

Apesar da teoria ser muito convincente, ela leva a questionamentos básicos apenas utilizando a pura lógica. Primeiramente, como a fábrica foi construída? De onde vem as máquinas e os recursos usados pelo proletariado para fabricar a mercadoria?

O capitalista precisou empreender, isto é, poupar recursos presentes em prol de recursos futuros, neste caso, comprar a fábrica, o maquinário, e a remuneração de seus assalariados.

Então, sem o capitalista para arcar com os custos dos meios de produção, o trabalhador não teria fábrica, maquinário, ferramentas e sequer os recursos necessários para a produção da mercadoria.

Na teoria marxista, após a revolução do proletariado, tudo isso se resolveria com o estado sendo o dono dos meios de produção, porém isso cai por terra devido ao problema do cálculo econômico sob o regime socialista, proposto por Ludwig von Mises, o qual não irei me aprofundar aqui, pois o intuito do artigo é apenas refutar a mais-valia, não o socialismo.

Após as leves objeções propostas simplesmente pela lógica, a crítica fatal foi desenvolvida por Eugen von Böhm-Bawerk, no seu livro “Karl Marx and the close of his system”, que, infelizmente, ainda não possui tradução para português.

O fato é que, o capitalista antecipa bens presentes (salário) aos seus assalariados, em troca de, com o risco do produto não ser vendido, receber bens futuros (lucro). Por isso, fica explícito a necessidade da diferenciação entre o que será recebido pelo proletariado e o que o capitalista irá receber como lucro (com risco de não receber), no caso do exemplo anterior, os R$500. Portanto, entende-se que a mais-valia nada mais é do que um juro proveniente do risco assumido pelo capitalista e o tempo de espera até que sua mercadoria seja vendida, e não simplesmente uma exploração do trabalhador, como dizem os marxistas. 

O proletariado recebe uma remuneração fixa, já o capitalista deve arcar com o risco de vender ou não o produto e, mesmo que venda, há o risco da venda não ser o suficiente para arcar com as despesas, podendo haver prejuízo.

Logo, a teoria da mais-valia não é apenas falha, como é incompleta. O capitalista aumenta o valor da mão-de-obra do proletariado, fornecendo maquinário para que o mesmo produza as mercadorias, aliás, sem capitalista, sequer haveria matéria-prima para a produção, além de que o mesmo arca com o prejuízo da empresa, enquanto o proletariado recebe sua remuneração fixa.

Marx falhou em entender a preferência temporal e as consequências de sua ignorância foram catastróficas para a história humana.

Leitura adicional: Karl Marx and the Close of His System

#gabrielpaes

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