A virtude do medo

Você está apavorado?

Você está em casa?

Você não sai de casa e quando sai, quase sob tortura, pois se pudesse nunca mais sairia de casa, usa máscara, afasta-se de todos, esconde-se de amigos e passa álcool nas mãos, no rosto, no corpo, como se todos que não sejam você sejam contagiosos?

Você é virtuoso?

Você, que ama o medo, louva o controle e se orgulha de ser covarde, é virtuoso?

Não.

Você é covarde.

Covarde é só covarde e quem finge que sua covardia é virtude, tenta relativizar a realidade, como se sua mentira tivesse o condão de mudar a verdade.

Mas sua mentira, como a sua covardia, é o que é: mentira é mentira, covardia é covardia.

Você é covarde.

Nada causa mais ódio ao escravo covarde do que o livre corajoso.

O covarde, em sua covardia, não age sozinho, mas somente em bando e em bando persegue, grita, agride, xinga e denuncia.

Sozinho nada faz.

Sozinho, o covarde se esconde.

Mas em bando, o covarde ama perseguir quem é livre e vê na liberdade tudo o que detesta: liberdade de pensar e coragem de viver.

Covarde, tenha um breve instante de coragem, tire a venda dos olhos e a focinheira que como jugo você usa: o caos que lhe amedronta não veio e não virá, mas se você quer um mundo sem riscos, fique em casa, embaixo da cama e chore baixo, pois ninguém lhe escutará.

Na vida há vírus, há riscos e, sim, na vida há morte.

É a vida.

Mas a vida é dos corajosos.

A vida é dos livres.

Nós somos livres.

#DiogoSimas

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