A utópica terceira via e a efetiva solução para os nossos problemas

Recentemente, o MBL publicou um texto sugerindo uma suposta “terceira via”. Um nome alternativo para aqueles que desgostam tanto do atual presidente Bolsonaro como do ex-presidente Lula. 

Para o MBL — e para grande parte dos brasileiros — a presença das duas supracitadas figuras no cargo mais alto da nação não seriam agradáveis, o que é compreensível. Mas será que apenas uma troca de nome causaria um impacto positivo? 

Um exemplo prático das dificuldades enfrentadas por aqueles que não fazem parte do establishment é o atual governo. Os nomes indicados e as políticas defendidas antes das eleições e no começo do mandato demonstraram que, realmente, o governo estaria disposto a cumprir suas promessas. Contudo, o tempo comprovou que nunca existiu a possibilidade de um homem e alguns de seus seguidores moldarem o estado. Muito pelo contrário, foi o estado que moldou este mesmo homem e suas ações e, talvez, mesmo contra sua vontade Jair Bolsonaro forçadamente acabou trilhando um outro caminho e seu plano de governo foi radicalmente emperrado e distorcido. 

A conclusão tirada aqui é a seguinte: o estado é forte demais. A força brutal da gigantesca e parasitária máquina burocrática governamental emperra qualquer tipo de mudança positiva. O próprio Salim Mattar, antes responsável pelas privatizações, disse uma vez, em entrevista, que não saiu por causa de algum atrito com o governo e, sim, pela dificuldade gigantesca em desempenhar seu papel de forma satisfatória. Nas palavras de Mattar: “O Deep State é forte demais”.

O jogo de interesses, a capacidade de legislar em causa própria, os milhares de privilégios concedidos aos membros do estado e corporações, as burocracias e regulações que criam empregos fictícios, são verdadeiros empecilhos à uma real melhora significativa. Todos querem uma casquinha, todos anseiam por regalias. Como elucidou muito bem Frédéric Bastiat: “O estado é a grande ficção através da qual todos tentam viver às custas de todos.”

Portanto, qualquer nome que ouse desestabilizar o panorama vigente sofrerá perseguições, cancelamentos e, invariavelmente, será destituído de sua função. As regras do jogo estão estabelecidas e se você não respeitar está fora. 

Então, estamos perdidos? Qual seria uma solução para este enorme problema? A resposta é a descentralização. Esta é a única solução. 

Para ser o mais direto possível, um bom exemplo prático para nos espelharmos é a Suíça. Este pequeno país da Europa, com área territorial equivalente à do Espírito Santo, é composto por 26 cantões. Cada cantão tem autonomia para decidir suas leis e tomar independentemente suas próprias decisões. 

Mas o que isso muda? Imagine que um cantão resolva se tornar mais intervencionista e se aproximar de ideias socialistas. Os efeitos inescapáveis dessas medidas irão recair rapidamente sobre a população, causando um empobrecimento geral da mesma. Assim, seria inevitável que, eventualmente, as pessoas veriam com bons olhos a mudança para um cantão mais próspero. E, assim, perdendo de forma abrupta seus governados, o cantão seria obrigado a mudar suas diretrizes políticas caso não queira ir a falência. 

Essa fórmula radical, porém, efetiva, responderia da mesma forma no território brasileiro. É preciso abandonar Brasília, é preciso não mais pedir o impeachment de um membro do STF, mas passar a ignorá-lo. Somente a autonomia completa de regiões cada vez menores conduziria as mesmas a seguirem ideias corretas e que sempre se traduzem em padrões de vida melhores.

#joaozuan

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