Cosméticos mais caros

Se os produtos cosméticos de sua preferência subirem de preço, é porque a indústria terá mais um gasto, que sem dúvida alguma será repassado ao consumidor. A partir deste ano, a descrição da composição química de itens de higiene pessoal, cosméticos e perfumes deverá constar em língua portuguesa no rótulo desses produtos. 

A medida é obrigatória e foi estabelecida na Resolução da Diretoria Colegiada 432/2020 da Anvisa. Essa resolução nasceu a partir de uma Ação Civil Pública proposta pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro.

Atualmente, os ingredientes cosméticos estão descritos na nomenclatura INCI, que propicia que o consumidor identifique os ingredientes em qualquer lugar do mundo. Além disso, a nomenclatura do INCI é similar ao português, eis que se baseia na denominação dos ingredientes advinda do latim. 

Com essa resolução, por exemplo, o nome “butyl methoxydibenzoylmethane” deverá vir, obrigatoriamente, acompanhado de sua versão em português “butil metoxidibenzoilmetano”. O curioso é que nem mesmo os países que traduzem tudo para a língua local (em Portugal, e-mail é “correio eletrônico”; na Espanha, pen drive se chama “lapiz de memoria”) têm esse tipo de determinação legal. O Brasil, mais uma vez, está na vanguarda de tudo que é esdrúxulo.

Além do gasto com a tradução, o aumento no texto vai requerer uma rotulagem extra, o que significa maiores gastos com papel, adesivos, plástico e até aumento no tamanho da embalagem. Tudo isso, além de caro, é pouco ecológico. É por essas e outras atitudes impensadas que o empreendedor brasileiro sofre e o consumidor paga a conta. 

#julia

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